terça-feira, 13 de maio de 2014

Palavras Experientes...

Eae galera!! Fizemos uma entrevista com o professor José Breno da Cruz, professor há 33 anos, sendo 27 anos do curso Técnico de Eletrônica na Liberato. Na entrevista, ele fala sobre o significado de dar aula na eletrônica, o que ele sempre espera de seus alunos, qual o sentimento, já que esse é o seu último ano na Liberato e mais... Confira abaixo:

- Para você, o que significa dar aula na eletrônica?
“A Fundação Liberato é uma escola de referência na área de educação profissional no Brasil. Trabalhar em uma Instituição assim é motivo de imenso orgulho e satisfação. Apesar de algumas carências físicas e tecnológicas esta é uma escola que possui todas as condições para um professor exercer um excelente trabalho, principalmente pelo elevado nível dos nossos alunos. O curso de eletrônica foi sempre uma ‘segunda casa’”.

- Qual a melhor lembrança que você tem desde que começou a dar aula na Liberato?
“São muitas lembranças e é difícil destacar apenas uma. Em cada momento desta história de 27 anos tenho boas lembranças.”

- Quais as principais mudanças que ocorreram na escola no período em que você está aqui?
“Foram muitas as mudanças. Quando cheguei na Liberato, no ano de 1987, o Curso de Eletrônica estava apenas começando. Tínhamos quatro turmas de segunda série e quatro turmas de terceiras séries (as turmas de primeiras não eram específicas, tínhamos o ‘Curso Básico’, comum para todos os cursos), mas não tínhamos professores da área técnica, apenas dois laboratórios de eletrônica, poucos equipamentos e quase nenhum componente.                  
Mesmo sendo novo na Escola tive que assumir a Coordenação do Curso de Eletrônica, ajudar na seleção de professores, compra de equipamentos e montagem geral do curso.
Neste período a Fundação Liberato tinha aproximadamente 800 alunos, quatro cursos técnicos e só funcionava durante o dia. Hoje somos mais de 3600 alunos com oito cursos técnicos funcionando os três turnos do dia.
A Mostratec, Feicit, semana cultural e tantos outros projetos só aconteceram nos anos seguintes.
Também é possível afirmar que o perfil do aluno atual é muito diferente. A sociedade produziu inúmeras mudanças neste período e nossos jovens são diretamente afetados por elas.”

- Como você está se sentindo, sendo esse seu último ano na escola? O que mais irá sentir falta?
“Dever cumprido é assim que me sinto. Acompanhei as grandes transformações da Fundação Liberato nestes últimos anos e acredito que contribuí junto com os demais servidores para chegarmos neste estágio de Escola de Referência. Foram muitos anos de trabalho como professor nas salas de aulas e laboratórios e em funções administrativas importantes.
Esta última tarefa junto ao Centro de Planejamento e Avaliação – CPA ­­– permitem implementar, em parceria com uma competentíssima equipe de trabalho, uma série de novas ações na Liberato, tais como: maior divulgação da Liberato junto às escolas da região, aumento no número de candidatos inscritos para a prova de seleção, formação de uma rede de feiras de ciências do ensino fundamental nos municípios da região, expansão da FEICIT para os cursos do noturno (2013 realizamos a primeira Feicit para o noturno na história da Liberato), montagem e encaminhamentos do projeto do Centro de Referência em Tecnologia Assistiva para a Educação profissional (expansão em 1200 novas vagas para alunos novos).
Certamente o que mais sentirei falta é o contato com os alunos. Ser professor nesta escola, encontrar a cada ano um novo grupo de jovens alunos é algo que sentirei muita falta, além da produção de novos conhecimentos, parcerias estratégicas com colegas, possibilidade de propor inovações para a Liberato, etc.”

- Quais as expectativas quanto as alunos?
“As expectativas são sempre as mesmas: sucesso pleno dos alunos na vida escolar. Uma instituição como a Liberato, por sua estrutura de ensino, de apoio, de organização, deve sempre promover os alunos como futuros profissionais e cidadãos, mesmo que tenhamos algumas ‘perdas’ neste caminho. É muito bom encontrar ex-alunos e saber do sucesso dos mesmos e da importância da Liberato na vida deles. É, principalmente para isso que serve a Fundação Liberato.”

- Pelo tempo que você trabalha na Fundação Liberato, o senhor consegue perceber as características de um aluno bem-sucedido?
“Depois de muitos anos de trabalho é possível afirmar que percebemos algumas características de um aluno bem-sucedido, mas como toda regra existirá as exceções. De forma geral (simplificada) percebemos que existem algumas características que apontam para o sucesso do aluno: foco, perseverança e superação.
Foco: definir metas de estudos, cumprir os prazos de entregas das tarefas, não deixar atrasar os compromissos, dedicar no mínimo uma hora de estudos por dia, além do horário das aulas;
Perseverança: não desistir após as primeiras dificuldades, frustações, continuar lutando frente às mesmas. Entender que estudar é “processo” e que os resultados dos esforços poderá demorar mais do que nós gostaríamos, mas se não desistirmos chegaremos aos nossos objetivos;
Superação: buscar o seu limite pessoal, vencer a ‘síndrome da baixa resistência a frustação’ após as primeiras dificuldades, insucessos. Você somente terá sucesso na vida se não desistir frente às barreiras impostas. Superá-las tem que ser seu objetivo, por mais árduas que possa ser.”

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