Eae galera!! Fizemos uma
entrevista com o professor José Breno da
Cruz, professor há 33 anos, sendo 27 anos do curso Técnico de Eletrônica na
Liberato. Na entrevista, ele fala sobre o significado de dar aula na
eletrônica, o que ele sempre espera de seus alunos, qual o sentimento, já que
esse é o seu último ano na Liberato e mais... Confira abaixo:
- Para você, o que significa dar aula na eletrônica?
“A Fundação Liberato é uma escola
de referência na área de educação profissional no Brasil. Trabalhar em uma
Instituição assim é motivo de imenso orgulho e satisfação. Apesar de algumas carências
físicas e tecnológicas esta é uma escola que possui todas as condições para um
professor exercer um excelente trabalho, principalmente pelo elevado nível dos
nossos alunos. O curso de eletrônica foi sempre uma ‘segunda casa’”.
- Qual a melhor lembrança que você tem desde que começou a dar aula na
Liberato?
“São muitas lembranças e é
difícil destacar apenas uma. Em cada momento desta história de 27 anos tenho
boas lembranças.”
- Quais as principais mudanças que ocorreram na escola no período em
que você está aqui?
“Foram muitas as mudanças. Quando
cheguei na Liberato, no ano de 1987, o Curso de Eletrônica estava apenas
começando. Tínhamos quatro turmas de segunda série e quatro turmas de terceiras
séries (as turmas de primeiras não eram específicas, tínhamos o ‘Curso Básico’,
comum para todos os cursos), mas não tínhamos professores da área técnica,
apenas dois laboratórios de eletrônica, poucos equipamentos e quase nenhum componente.
Mesmo sendo novo na Escola tive
que assumir a Coordenação do Curso de Eletrônica, ajudar na seleção de
professores, compra de equipamentos e montagem geral do curso.
Neste período a Fundação Liberato
tinha aproximadamente 800 alunos, quatro cursos técnicos e só funcionava
durante o dia. Hoje somos mais de 3600 alunos com oito cursos técnicos
funcionando os três turnos do dia.
A Mostratec, Feicit, semana
cultural e tantos outros projetos só aconteceram nos anos seguintes.
Também é possível afirmar que o
perfil do aluno atual é muito diferente. A sociedade produziu inúmeras mudanças
neste período e nossos jovens são diretamente afetados por elas.”
- Como você está se sentindo, sendo esse seu último ano na escola? O
que mais irá sentir falta?
“Dever cumprido é assim que me
sinto. Acompanhei as grandes transformações da Fundação Liberato nestes últimos
anos e acredito que contribuí junto com os demais servidores para chegarmos
neste estágio de Escola de Referência. Foram muitos anos de trabalho como
professor nas salas de aulas e laboratórios e em funções administrativas
importantes.
Esta última tarefa junto ao
Centro de Planejamento e Avaliação – CPA – permitem implementar, em parceria
com uma competentíssima equipe de trabalho, uma série de novas ações na
Liberato, tais como: maior divulgação da Liberato junto às escolas da região,
aumento no número de candidatos inscritos para a prova de seleção, formação de
uma rede de feiras de ciências do ensino fundamental nos municípios da região,
expansão da FEICIT para os cursos do noturno (2013 realizamos a primeira Feicit
para o noturno na história da Liberato), montagem e encaminhamentos do projeto
do Centro de Referência em Tecnologia Assistiva para a Educação profissional
(expansão em 1200 novas vagas para alunos novos).
Certamente o que mais sentirei
falta é o contato com os alunos. Ser professor nesta escola, encontrar a cada
ano um novo grupo de jovens alunos é algo que sentirei muita falta, além da
produção de novos conhecimentos, parcerias estratégicas com colegas,
possibilidade de propor inovações para a Liberato, etc.”
- Quais as expectativas quanto as alunos?
“As expectativas são sempre as
mesmas: sucesso pleno dos alunos na vida escolar. Uma instituição como a
Liberato, por sua estrutura de ensino, de apoio, de organização, deve sempre promover
os alunos como futuros profissionais e cidadãos, mesmo que tenhamos algumas ‘perdas’
neste caminho. É muito bom encontrar ex-alunos e saber do sucesso dos mesmos e
da importância da Liberato na vida deles. É, principalmente para isso que serve
a Fundação Liberato.”
- Pelo tempo que você trabalha na Fundação Liberato, o senhor consegue
perceber as características de um aluno bem-sucedido?
“Depois de muitos anos de
trabalho é possível afirmar que percebemos algumas características de um aluno
bem-sucedido, mas como toda regra existirá as exceções. De forma geral
(simplificada) percebemos que existem algumas características que apontam para
o sucesso do aluno: foco, perseverança e superação.
Foco: definir metas de estudos,
cumprir os prazos de entregas das tarefas, não deixar atrasar os compromissos,
dedicar no mínimo uma hora de estudos por dia, além do horário das aulas;
Perseverança: não desistir após
as primeiras dificuldades, frustações, continuar lutando frente às mesmas.
Entender que estudar é “processo” e que os resultados dos esforços poderá demorar
mais do que nós gostaríamos, mas se não desistirmos chegaremos aos nossos
objetivos;
Superação: buscar o seu limite pessoal,
vencer a ‘síndrome da baixa resistência a frustação’ após as primeiras
dificuldades, insucessos. Você somente terá sucesso na vida se não desistir
frente às barreiras impostas. Superá-las tem que ser seu objetivo, por mais
árduas que possa ser.”